O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne três desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância: transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância e transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS).
As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos teriam o mesmo peso na possibilidade de aparecimento do distúrbio.
É importante que os pais fiquem atentos e identifiquem se seu filho apresenta as características do autismo:
- Não gosta de lavar ou cortar os cabelos
- A luz o incomoda
- Fica assustado quando escuta muitas pessoas falando
- Gosta de comer sempre as mesmas comidas
- Arranca os botões das roupas
- Parece não sentir dor
- Parece que não, mas gosta de carinho
- Não controla bem as funções motoras
- Gosta de andar nas pontas dos pés e por isso cai muito
- Tem dificuldade para se concentrar
- Ruídos e sons fortes incomodam
- Seleciona comida, pessoas e objetos pelo cheiro
- Seleciona o alimento
- É muito apegado com os brinquedos
- Tem dificuldade para se vestir só
- Se senta com as pernas em w
- Prefere estar com os pés descalços
Até o momento, não há remédios específicos para tratar o autismo, embora esta seja uma prioridade das pesquisas, com diferentes medicamentos em teste. O acompanhamento médico multidisciplinar, composto por pediatra, psiquiatra, neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo, é o tratamento mais recomendado para ajudar no desenvolvimento da criança autista. A conduta indicada vai depender da intensidade do distúrbio e da idade do portador e deve ser decidido junto aos pais.
Em linhas gerais, o tratamento associa diferentes terapias para testar e melhorar as habilidades sociais, comunicativas, adaptativas e organizacionais. A rotina de cuidados pode incluir exercícios de comunicação funcional e espontânea; jogos para incentivar a interação com o outro; aprendizado e manutenção de novas habilidades; e o apoio a atitudes positivas para contrapor problemas de comportamento. É muito popular a adoção das abordagens terapêuticas Análise Aplicada do Comportamento (conhecido como método ABA) e Terapia Cognitivo-Comportamental. Frequentemente, as terapias são combinadas com remédios para tratar sintomas associados, como insônia, hiperatividade, agressividade, falta de atenção, ansiedade, depressão e comportamentos repetitivos.
Um elemento essencial no tratamento é o treinamento com os pais. O contexto familiar é fundamental no aprendizado de habilidades sociais e o trabalho com os pais traz grandes benefícios no reforço de comportamentos adequados. Também é comum que os profissionais que tratam a criança indiquem acompanhamento psicológico para a família, devido ao desgaste emocional que o distúrbio pode provocar.
Fonte: https://autismoerealidade.org.br